12/08/2009

Alguns anos atrás, importaram para o meu pensamento um conjunto de 7 letras que compõem a palavra P-R-E-S-S-Ã-O. Já tinha ouvido falar de P-R-E-S-S-Ã-O mas sempre acompanhada com a palavra ARTERIAL, é a pressão exercida pelo sangue contra a superfície interna das artérias. Na altura, sinceramente, aceitei a palavra... ou não... mas tentei não lhe dar grande importância. Era referida algumas vezes mas, e como diz o ditado "entrava-me por um ouvido e saia-me pelo outro". Hoje compreendo tal palavra e dou-lhe valor, é violenta. E quanto mais velhos ficamos mais agressiva e mais presente se torna nas nossas vidas. Os amigos fazem pressão com as palavras que usam, com as perguntas que fazem, com as respostas que querem ouvir, com as fantasias que criam há volta das nossas vidas. A família faz pressão pela comparação, pela necessidade de saberem do nosso futuro, pelo receio que têm que a nossa alma se magoe e o nosso corpo se banalize. No meio disto tudo, nós próprios, deixamos que todas as palavras, todas as perguntas, todas as respostas, todas as fantasias, todas as comparações, todo o futuro e todos os receios deles, e não nossos, invadam no nosso ser e somos envolvidos numa alta pressão. Como se introduzisse-mos o nosso corpo e a nossa alma numa caldeira cujo vapor é elevado a uma força elástica equivalente pelo menos a cinco atmosferas.


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