14/07/2009

As palavras  São como um cristal, as palavras. Algumas, um punhal, um incêndio. Outras, orvalho apenas.  Secretas vêm, cheias de memória. Inseguras navegam: barcos ou beijos, as águas estremecem.  Desamparadas, inocentes, leves. Tecidas são de luz e são a noite. E mesmo pálidas verdes paraísos lembram ainda.  Quem as escuta? Quem as recolhe, assim, cruéis, desfeitas, nas suas conchas puras?  Eugénio de Andrade 

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