31/08/2009
30/08/2009
28/08/2009
É confortável quando concluimos que somos capazes de dialogar com pessoas que já nos disseram muito,continuam a dizer mas de uma forma diferente, que continuamos interessados na vida delas e elas na nossa vida. E sempre tudo com muito carinho e amizade, o que quer dizer que sempre existiu muita complicidade, respeito...
Hoje foi um desses dias, que ao trocar um Olá descobri que está envolvido num projecto muito engraçado chamado PINTA-PAU... www.pinta-pau.blogspot.com
PARABÉNS Zé Manuel!!!!
Hoje foi um desses dias, que ao trocar um Olá descobri que está envolvido num projecto muito engraçado chamado PINTA-PAU... www.pinta-pau.blogspot.com
PARABÉNS Zé Manuel!!!!
27/08/2009
26/08/2009
25/08/2009
"Minha imaginação se recusa a crer que um submarino possa fazer outra coisa além de sufocar sua tripulação e afundar no mar"
H. G. Wells
Mentiroso...
Vê-se logo que nunca VIVEU MOMENTOS EM ÁGUAS PROFUNDAS
ou não tem imaginação... é que a minha cabeça pensa o avesso...
se calhar, É pouco vivido não ligues
400 anos
O telescópio
Em 1609, teve conhecimento de um telescópio que foi oferecido por alto preço ao doge de Veneza. Ao saber que o instrumento era composto de duas lentes em um tubo, Galileu logo construiu um capaz de aumentar três vezes o tamanho aparente de um objeto, depois outro de dez vezes e, por fim, um capaz de aumentar 30 vezes.
Galileu não inventou o telescópio, cujo pedido de patente foi feito em 1608, por Hans Lipperhey (ou Lippershey), fabricante de óculos de Middleburg, nos Países Baixos, embora o termo "telescópio" tenha sido inventado na Itália em 1611.
Porém Galileu foi o primeiro a fazer uso científico do telescópio, ao fazer observações astronómicas com ele. Descobriu assim que a Via Láctea é composta de miríades de estrelas (e não era uma "emanação" como se pensava até essa época), descobriu ainda os satélites de Júpiter, as montanhas e crateras da Lua. Todas essas descobertas foram comunicadas ao mundo no livro Sidereus Nuncius ("Mensageiro das estrelas") em 1610. A observação dos satélites de Júpiter, levaram-no a defender o sistema heliocêntrico de Copérnico.
in wikipédia
O telescópio
Em 1609, teve conhecimento de um telescópio que foi oferecido por alto preço ao doge de Veneza. Ao saber que o instrumento era composto de duas lentes em um tubo, Galileu logo construiu um capaz de aumentar três vezes o tamanho aparente de um objeto, depois outro de dez vezes e, por fim, um capaz de aumentar 30 vezes.
Galileu não inventou o telescópio, cujo pedido de patente foi feito em 1608, por Hans Lipperhey (ou Lippershey), fabricante de óculos de Middleburg, nos Países Baixos, embora o termo "telescópio" tenha sido inventado na Itália em 1611.
Porém Galileu foi o primeiro a fazer uso científico do telescópio, ao fazer observações astronómicas com ele. Descobriu assim que a Via Láctea é composta de miríades de estrelas (e não era uma "emanação" como se pensava até essa época), descobriu ainda os satélites de Júpiter, as montanhas e crateras da Lua. Todas essas descobertas foram comunicadas ao mundo no livro Sidereus Nuncius ("Mensageiro das estrelas") em 1610. A observação dos satélites de Júpiter, levaram-no a defender o sistema heliocêntrico de Copérnico.
in wikipédia
24/08/2009
21/08/2009
Um corpo em banho-maria. Um corpo por explorar. Um magnetismo que não desaparece com a viagem, com o passar dos dias nem quando colocado na cruzeta. Um bem que o corpo gosta quando enroscado num canto da cama. Um corpo que está diferente. Mais firme. A Sua pele está macia, quente, tem gotas de saudade e tem sabor a VIDA. Um corpo de pele verdadeira. Um corpo que toma decisões.
Em seu colo, antes de adormecermos, se deixarmos cair a cabeça sentimos o seu sabor, a sua textura, a sua temperatura e a densidade das suas gotas...
Há dias assim...
Em seu colo, antes de adormecermos, se deixarmos cair a cabeça sentimos o seu sabor, a sua textura, a sua temperatura e a densidade das suas gotas...
Há dias assim...
O passado devemos guardar, o presente devemos VIVER e o futuro devemos esquecer...
20/08/2009
Sonhei, sonhei contigo. Cruzei-me contigo no restaurante etiope, ambos tinhamos a alma ocupada ou o corpo(o sonho não revelou mais do que isso). Perdemos a noção do tempo mas já tinham passado 5 anos...
Foi um sonho, que me acordou a meio da noite e me fez sorrir, suspirar e virar para o outro lado para continuar a sonhar.
Foi um sonho, que me acordou a meio da noite e me fez sorrir, suspirar e virar para o outro lado para continuar a sonhar.
Procura-se um beijo sempre que se acorda como nos contos de fadas, quando nos deitamos e os corpos se aproximam de cansaço, a meio da noite quando nos mexemos e os lábios se cruzam ou se procuram, quando se passeia de mão dada e de repente há a surpresa de um beijo com desejo, quando comemos morangos e os lábios olham um para o outro com vontade de saborear um "moranbeijo", quando suspiramos, quando se troca de olhares e esse olhar nos rouba um beijo...
19/08/2009
18/08/2009
17/08/2009
Aprendi que nos EUA existe uma forma de traduzirmos a ideia poética de amigo/a colorido/a, são os chamados Dates. Dates que podem ser openly ou exclusively.
Eu prefiro pensar em momentos. Momentos de partilha / divisão ou momentos exclusivos / únicos. Momentos perfeitos que não exigem muito de nós. São divertidos quando sustentados por transparência,vontade, desejo... Quando procuro um momentos prefiro que seja exclusivo, senão não é um momento, é um NADA de mim...
Eu prefiro pensar em momentos. Momentos de partilha / divisão ou momentos exclusivos / únicos. Momentos perfeitos que não exigem muito de nós. São divertidos quando sustentados por transparência,vontade, desejo... Quando procuro um momentos prefiro que seja exclusivo, senão não é um momento, é um NADA de mim...
Sem pensar, sem sentir, sem vontade, sem procura, sem desejar, sem intenção todo o momento neste momento é vulgar, ordinário... não tem luxo. Pois tudo começou quando L conheceu P e senitu-se encantada com a sua pele morena. L e P dançaram, trocaram ideias mas tudo ficou por ai, eram jovens. Depois L conheceu D e partilhou a sua vida com D durante 1 semana. L cresceu, cruzou-se Z e viveu 8 anos da sua vida, dos seus momentos com Z. Depois, cansou-se de Z e decidiu viver momentos de solidão mas com muita diversão. Durante 6 meses parou o coração. Um dia, numa noite. Uma grande noite, conheceu P que a colocou verdadeiramente numa grande confusão. L lutou e lutou por P. Para quê? Para se fartar de P. L decidiu que ia viver momentos mas bons momentos. Partiu para o Plano B onde trocou olhares e numeros com N. Dedicou +-30 dias de palavras com N mas como uma simples magia, N desapareceu. L sobreviveu. Até que se cruzou com um outro N, este mais maduro, mais amigo... e vive feliz com os momentos que partilhou com N. Dançou, sorriu, viajou... criou. No meio de todos estes anos, de todos estes momentos nada ordinários e cheios de luxo conheceu M, S, R, J, ZP e muitas outras letras do alfabeto. L continua a procura de bons momentos que a levem a preencher folhas em branco.
16/08/2009
14/08/2009
Hoje é dia de muitas palavras, muito riso, muito segredo, muita dança... e alguns brindes.
Daqui a umas horas vais chegar uma pessoa ao Porto muito mas muito importante para mim. Uma Amiga com um "A" em caixa alta, colorido e cuja fonte Helvetica lhe acenta muito bem... Uma amiga que me ensinou que as fronteiras já não existem... que devemos ser Cidadãos do Mundo... que devemos cruzar com muitas pessoas e tirar delas o que há de bom e de mau... e que devemos lutar pelos nossos sonhos e vontades.
Daqui a umas horas vais chegar uma pessoa ao Porto muito mas muito importante para mim. Uma Amiga com um "A" em caixa alta, colorido e cuja fonte Helvetica lhe acenta muito bem... Uma amiga que me ensinou que as fronteiras já não existem... que devemos ser Cidadãos do Mundo... que devemos cruzar com muitas pessoas e tirar delas o que há de bom e de mau... e que devemos lutar pelos nossos sonhos e vontades.
13/08/2009
12/08/2009
Alguns anos atrás, importaram para o meu pensamento um conjunto de 7 letras que compõem a palavra P-R-E-S-S-Ã-O. Já tinha ouvido falar de P-R-E-S-S-Ã-O mas sempre acompanhada com a palavra ARTERIAL, é a pressão exercida pelo sangue contra a superfície interna das artérias. Na altura, sinceramente, aceitei a palavra... ou não... mas tentei não lhe dar grande importância. Era referida algumas vezes mas, e como diz o ditado "entrava-me por um ouvido e saia-me pelo outro". Hoje compreendo tal palavra e dou-lhe valor, é violenta. E quanto mais velhos ficamos mais agressiva e mais presente se torna nas nossas vidas. Os amigos fazem pressão com as palavras que usam, com as perguntas que fazem, com as respostas que querem ouvir, com as fantasias que criam há volta das nossas vidas. A família faz pressão pela comparação, pela necessidade de saberem do nosso futuro, pelo receio que têm que a nossa alma se magoe e o nosso corpo se banalize. No meio disto tudo, nós próprios, deixamos que todas as palavras, todas as perguntas, todas as respostas, todas as fantasias, todas as comparações, todo o futuro e todos os receios deles, e não nossos, invadam no nosso ser e somos envolvidos numa alta pressão. Como se introduzisse-mos o nosso corpo e a nossa alma numa caldeira cujo vapor é elevado a uma força elástica equivalente pelo menos a cinco atmosferas.
É interessante como o TUDO e o NADA me levam a criar... me leva a ter força.
O BOM e o MAU
A ALEGRIA e a TRAGÉDIA*
O 8 e 80
* Mesmo não sendo uma tragédia, e continuando acreditar que momentos exóticos e sensuais vão continuar a existir... pois são saudáveis, e sendo a tragédia uma parte da VIDA por vezes aproprio-me dela. Tal sentimento leva-me a criar... sendo benefico para mim enquanto criadora... VIVA A TRAGÉDIA....
nota: tenho de criar 20 desenhos ate dia 15 de Setembro... por isso, neste momento entrei nesta fantasia... da PERDA....
O BOM e o MAU
A ALEGRIA e a TRAGÉDIA*
O 8 e 80
* Mesmo não sendo uma tragédia, e continuando acreditar que momentos exóticos e sensuais vão continuar a existir... pois são saudáveis, e sendo a tragédia uma parte da VIDA por vezes aproprio-me dela. Tal sentimento leva-me a criar... sendo benefico para mim enquanto criadora... VIVA A TRAGÉDIA....
nota: tenho de criar 20 desenhos ate dia 15 de Setembro... por isso, neste momento entrei nesta fantasia... da PERDA....
Tenho de conseguir VINGAR neste MUNDO ... Desculpem qualquer coisinha...
11/08/2009
10/08/2009
09/08/2009
08/08/2009
07/08/2009
Recomendações para Setembro
(por Gonçalo M. Tavares)
AMOR: Para localizar o amor deve evitar os olhos e usar a bússola. Bússola sim, mas apoiada ainda por sistema complexos de detecção de minas. Necessita daquilo que o põe em perigo. Evite ser destruido, mas aproxime-se do que tem força para o destruir. O que necessita? Do cálculo minuncioso da distancia certa. Aproxime-se o suficiente para sentir medo, mas não chegue a explodir. Com a explosão morre-se, mas só com o medo se muda.
SEXO: Deve substituir os movimentos de rotação por movimentos de oscilação. Deve consumir até ao fim aquilo que tens à sua frente.
(por Gonçalo M. Tavares)
AMOR: Para localizar o amor deve evitar os olhos e usar a bússola. Bússola sim, mas apoiada ainda por sistema complexos de detecção de minas. Necessita daquilo que o põe em perigo. Evite ser destruido, mas aproxime-se do que tem força para o destruir. O que necessita? Do cálculo minuncioso da distancia certa. Aproxime-se o suficiente para sentir medo, mas não chegue a explodir. Com a explosão morre-se, mas só com o medo se muda.
SEXO: Deve substituir os movimentos de rotação por movimentos de oscilação. Deve consumir até ao fim aquilo que tens à sua frente.
06/08/2009
05/08/2009
O Perfeito Controle da Alegria e da Dor
Alegria desmedida e dor muito violenta acometem sempre e apenas a mesma pessoa: pois ambas se condicionam reciprocamente e são também condicionadas juntas por uma grande vivacidade do espírito. Ambas são causadas, não pelo simples presente, mas pela antecipação do futuro. No entanto, visto que a dor é essencial à vida e, pelo seu grau, é também determinada pela natureza do sujeito - o que implica que, na realidade, modificações repentinas, sendo sempre externas, não podem mudar o seu grau -, na base do júbilo ou da dor excessivos há sempre um erro e uma falsa crença: por conseguinte, essas duas exaltações do espírito poderiam ser evitadas com o uso do juízo.
Todo o júbilo desmedido repousa sempre na ilusão de ter encontrado na vida algo que não se pode encontrar realmente, isto é, uma satisfação durável dos desejos ou preocupações tormentosos e sempre renascentes. Mais tarde, é inevitável que nos separemos de cada ilusão dessa espécie, pagando-a então, quando desaparece, com igual dor amarga, independentemente da alegria que o seu surgimento nos tenha proporcionado. Nesse sentido, ela assemelha-se por completo a uma altura da qual o único momento de descer novamente é a queda, de maneira que deveria ser evitada: e toda a dor repentina ou excessiva é justamente apenas a queda de tal altura, o esmorecimento de tal ilusão e, portanto, deve ser condicionada. Poder-se-ia, por conseguinte, evitar ambas, se se fosse capaz de abraçar as coisas de modo perfeitamente claro sempre na sua totalidade e na sua concatenação, e de impedir firmemente a si mesmo de lhes conceder de facto a cor que se desejaria que tivessem. A ética estóica visava essencialmente libertar o espírito de toda a ilusão semelhante e das suas consequências, e a dar-lhe, em vez disso, um equilíbrio inabalável.
Arthur Schopenhauer, in 'A Arte de Ser Feliz'
Alegria desmedida e dor muito violenta acometem sempre e apenas a mesma pessoa: pois ambas se condicionam reciprocamente e são também condicionadas juntas por uma grande vivacidade do espírito. Ambas são causadas, não pelo simples presente, mas pela antecipação do futuro. No entanto, visto que a dor é essencial à vida e, pelo seu grau, é também determinada pela natureza do sujeito - o que implica que, na realidade, modificações repentinas, sendo sempre externas, não podem mudar o seu grau -, na base do júbilo ou da dor excessivos há sempre um erro e uma falsa crença: por conseguinte, essas duas exaltações do espírito poderiam ser evitadas com o uso do juízo.
Todo o júbilo desmedido repousa sempre na ilusão de ter encontrado na vida algo que não se pode encontrar realmente, isto é, uma satisfação durável dos desejos ou preocupações tormentosos e sempre renascentes. Mais tarde, é inevitável que nos separemos de cada ilusão dessa espécie, pagando-a então, quando desaparece, com igual dor amarga, independentemente da alegria que o seu surgimento nos tenha proporcionado. Nesse sentido, ela assemelha-se por completo a uma altura da qual o único momento de descer novamente é a queda, de maneira que deveria ser evitada: e toda a dor repentina ou excessiva é justamente apenas a queda de tal altura, o esmorecimento de tal ilusão e, portanto, deve ser condicionada. Poder-se-ia, por conseguinte, evitar ambas, se se fosse capaz de abraçar as coisas de modo perfeitamente claro sempre na sua totalidade e na sua concatenação, e de impedir firmemente a si mesmo de lhes conceder de facto a cor que se desejaria que tivessem. A ética estóica visava essencialmente libertar o espírito de toda a ilusão semelhante e das suas consequências, e a dar-lhe, em vez disso, um equilíbrio inabalável.
Arthur Schopenhauer, in 'A Arte de Ser Feliz'
Felicidade e Alegria
Não creio que se possa definir o homem como um animal cuja característica ou cujo último fim seja o de viver feliz, embora considere que nele seja essencial o viver alegre. O que é próprio do homem na sua forma mais alta é superar o conceito de felicidade, tornar-se como que indiferente a ser ou não ser feliz e ver até o que pode vir do obstáculo exactamente como melhor meio para que possa desferir voo. Creio que a mais perfeita das combinações seria a do homem que, visto por todos, inclusive por si próprio, como infeliz, conseguisse fazer de sua infelicidade um motivo daquela alegria que se não quebra, daquela alegria serena que o leva a interessar-se por tudo quanto existe, a amar todos os homens apesar do que possa combater, e é mais difícil amar no combate que na paz, e sobretudo conservar perante o que vem de Deus a atitude de obediência ou melhor, de disponibilidade, de quem finalmente entendeu as estruturas da vida.
Os felizes passam na vida como viajantes de trem que levassem toda a viagem dormindo; só gozam o trajecto os que se mantêm bem despertos para entender as duas coisas fundamentais do mundo: a implacabilidade, a cegueira, a inflexibilidade das leis mecânicas, que são bem as representantes do Fado, e cuja grandeza verdadeira só se pode sentir bem no desastre; é quando a catástrofe chega que a fatalidade se mede em tudo o que tem de divino, e foi pena que não fosse esta a lição essencial que tivéssemos tirado da tragédia grega; como pena foi que só tivéssemos olhado o fatalismo dos árabes pelo seu lado superficial.
Por outra parte, é igualmente na desgraça que se mede a outra grande força do mundo, a da liberdade do espírito, que permite julgar o valor moral no desastre e permite superar, pelo seu aproveitamento, o toque do fatal; não creio que Prometeu estivesse alguma vez verdadeiramente encadeado: talvez o estivesse antes ou depois da prisão; mas era realmente um espírito de liberdade e um portador de liberdade o que, agrilhoado a montanha, se sentiu mais livre ainda; porque podia consentir ou não no desastre, superá-lo ou não, ser alegre ou não. E este ser alegre não significa de modo algum a alegria daquele tipo americano de «Quebre uma perna e ria»; acho que eram muito mais alegres as pragas dos velhos soldados de Napoleão. No fundo é o seguinte: é necessário, ajudando a realizar o homem no que tem de melhor, que a mesma energia que se revelou pela física no mundo da extensão, se revele pelo espírito no mundo do pensamento e domine a primeira vaga de energia, como onda rolando sobre onda mais alto vai. E mais ainda: que pelo momento de infelicidade, o que não poderá nunca suceder no caso da felicidade, entenda o homem como as duas espécies ou os dois aspectos de energia se reúnem em Deus. Só por costume social deveremos desejar a alguém que seja feliz; às vezes por aquela piedade da fraqueza que leva a tomar crianças ao colo; só se deve desejar a alguém que se cumpra: e o cumprir-se inclui a desgraça e a sua superação.
Agostinho da Silva, in 'Textos e Ensaios Filosóficos'
Não creio que se possa definir o homem como um animal cuja característica ou cujo último fim seja o de viver feliz, embora considere que nele seja essencial o viver alegre. O que é próprio do homem na sua forma mais alta é superar o conceito de felicidade, tornar-se como que indiferente a ser ou não ser feliz e ver até o que pode vir do obstáculo exactamente como melhor meio para que possa desferir voo. Creio que a mais perfeita das combinações seria a do homem que, visto por todos, inclusive por si próprio, como infeliz, conseguisse fazer de sua infelicidade um motivo daquela alegria que se não quebra, daquela alegria serena que o leva a interessar-se por tudo quanto existe, a amar todos os homens apesar do que possa combater, e é mais difícil amar no combate que na paz, e sobretudo conservar perante o que vem de Deus a atitude de obediência ou melhor, de disponibilidade, de quem finalmente entendeu as estruturas da vida.
Os felizes passam na vida como viajantes de trem que levassem toda a viagem dormindo; só gozam o trajecto os que se mantêm bem despertos para entender as duas coisas fundamentais do mundo: a implacabilidade, a cegueira, a inflexibilidade das leis mecânicas, que são bem as representantes do Fado, e cuja grandeza verdadeira só se pode sentir bem no desastre; é quando a catástrofe chega que a fatalidade se mede em tudo o que tem de divino, e foi pena que não fosse esta a lição essencial que tivéssemos tirado da tragédia grega; como pena foi que só tivéssemos olhado o fatalismo dos árabes pelo seu lado superficial.
Por outra parte, é igualmente na desgraça que se mede a outra grande força do mundo, a da liberdade do espírito, que permite julgar o valor moral no desastre e permite superar, pelo seu aproveitamento, o toque do fatal; não creio que Prometeu estivesse alguma vez verdadeiramente encadeado: talvez o estivesse antes ou depois da prisão; mas era realmente um espírito de liberdade e um portador de liberdade o que, agrilhoado a montanha, se sentiu mais livre ainda; porque podia consentir ou não no desastre, superá-lo ou não, ser alegre ou não. E este ser alegre não significa de modo algum a alegria daquele tipo americano de «Quebre uma perna e ria»; acho que eram muito mais alegres as pragas dos velhos soldados de Napoleão. No fundo é o seguinte: é necessário, ajudando a realizar o homem no que tem de melhor, que a mesma energia que se revelou pela física no mundo da extensão, se revele pelo espírito no mundo do pensamento e domine a primeira vaga de energia, como onda rolando sobre onda mais alto vai. E mais ainda: que pelo momento de infelicidade, o que não poderá nunca suceder no caso da felicidade, entenda o homem como as duas espécies ou os dois aspectos de energia se reúnem em Deus. Só por costume social deveremos desejar a alguém que seja feliz; às vezes por aquela piedade da fraqueza que leva a tomar crianças ao colo; só se deve desejar a alguém que se cumpra: e o cumprir-se inclui a desgraça e a sua superação.
Agostinho da Silva, in 'Textos e Ensaios Filosóficos'
04/08/2009
03/08/2009
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